Parte 1: Finanças Individuais

Parte 1: Finanças Individuais

Avaliando seu comportamento e ponto de partida

Antes de qualquer planilha ou cálculo, comece voltando o olhar para si e entendendo sua relação com o dinheiro. Conforme aconselha Nath Finanças, o primeiro passo é entender seu comportamento financeiro – reflita sobre o que tem levado você a gastar além da conta e quais são seus objetivos de vida e financeiros. Faça uma lista no papel: quais metas você gostaria de alcançar (ex.: “quitar minhas dívidas em 1 ano”, “juntar entrada de um carro”, “ter tranquilidade para pagar contas em dia”)? Ter clareza do porquê vai motivar o como.

Em seguida, encare de frente a sua situação atual. Levante todas as suas fontes de renda e todas as suas despesas e dívidas. Muitos evitam olhar o extrato bancário por medo ou vergonha, mas isso só atrapalha. O educador Thiago Godoy observa que a vergonha é um grande inimigo: muitas pessoas endividadas nem contam para a família, piorando o problema. Então, sem julgamentos, reúna os dados: salários, ganhos extras, contas mensais, parcelas, empréstimos, cartão de crédito, tudo. “Tá bom, eu estou devendo, mas quanto eu estou devendo?” – às vezes a gente pensa que deve mais do que realmente deve, então liste para saber a realidade exata.

Faça uma “faxina financeira” inicial: como sugere Nathalia Arcuri, pegue os extratos dos últimos 3 meses e marque todas as despesas desnecessárias que estão “sujando” seu orçamento. Ela divide os gastos que encontra em duas categorias: “sujeira pesada” (custos fixos ou contratos que pesam, por exemplo, juros de cheque especial, anuidades de cartão de crédito, taxas bancárias ou assinaturas não usadas) e “sujeira leve” (gastos com lazer e supérfluos do dia a dia, que podem ser reduzidos sem abrir mão de tudo, como trocar restaurantes caros por opções mais em conta). Essa analogia mostra que sempre há desperdícios a cortar ou otimizar, sem precisar eliminar por completo os pequenos prazeres. Comece identificando onde está o vazamento do seu dinheiro.

Dica: Se você nunca teve educação financeira, não se assuste. Patrícia Lages ressalta que o maior inimigo da estabilidade financeira é justamente a falta de conhecimento – mas isso tem solução com aprendizado gradual. A boa notícia é que aprender sobre dinheiro é possível para qualquer pessoa, e não precisa ser chato. Vale acompanhar canais no YouTube, livros (como os da própria Patrícia Lages, Nath Arcuri ou Gustavo Cerbasi) e até filmes/séries que trazem lições financeiras. Aos poucos, você vai entendendo os conceitos básicos e perdendo o medo do tema.