Nos meus estudos recentes de bateria, decidi voltar ao básico para ajustar alguns pontos fundamentais que eu havia negligenciado no passado. Descobri que entender e internalizar conceitos simples, como os nomes das notas e a maneira correta de executar os tempos, faz uma diferença enorme no aprendizado. Vou compartilhar os principais aprendizados dessa etapa inicial.
Postura e Técnica#
Comecei corrigindo a postura: manter as pernas a 90 graus e usar a força da gravidade ao pressionar os pedais, uma técnica conhecida como heel up (em oposição ao heel down). Essa postura reduz a tensão muscular e melhora o controle. Além disso, trabalhei a maneira correta de segurar as baquetas.
Um erro comum que eu cometia era deixar os dedos muito soltos, o que causava perda de tempo e força ao voltar para a posição inicial. Aprendi que é essencial manter os dedos firmes na baqueta para ter consistência e controle ao tocar.
Alternância de Mãos#
Outro ponto importante foi equilibrar a força entre as mãos para evitar acentuar a mão dominante. Isso exigiu muita atenção, já que até mesmo no pensamento e na fala tendemos a marcar o tempo inicial. O exercício que fiz foi alternar entre direita e esquerda, mantendo uma mão estendida enquanto a outra precisa igualar a força da anterior, e depois alternando.
Essa prática foi desafiadora porque nosso cérebro naturalmente dá mais ênfase à mão dominante, mas o resultado foi animador. Percebi que esse equilíbrio será essencial para tocar viradas mais complexas e dinâmicas no futuro.
Nomenclatura das Notas#
Revisamos os nomes das notas, algo que nunca dei muita importância, mas percebi que é crucial para visualizar e executar ritmos corretamente. Aqui estão as notas trabalhadas:
- Semínima (1): Uma batida por tempo.
- Colcheia (2): Duas batidas por tempo.
- Tercina (3): Três batidas por tempo.
- Semicolcheia (4): Quatro batidas por tempo.
- Sextina (6): Seis batidas por tempo.
- Fusa (8): Oito batidas por tempo.
A maior dificuldade que tive foi com a tercina (3). Ela foge da estrutura mais regular e conhecida das outras notas, tornando o encaixe mais complexo. Percebi que na minha mente eu achava que estava tocando certo, mas ao revisar com o metrônomo e o chimbal, percebi que estava acelerando ou desacelerando as batidas de forma inconsciente.
Exercício e Resultados#
Pratiquei um exercício no GrooveScribe que passa por todas essas notas, mas devido à limitação da ferramenta, ele está configurado para tocar apenas um compasso de nota por vez. O ideal seria fazer dois compassos inteiros de cada.
A ideia do exercício é intercalar as notas com o metrônomo e marcar os tempos com o chimbal, garantindo precisão rítmica. No começo, foi difícil manter a consistência, mas percebi que o metrônomo e o chimbal ajudam muito na internalização do ritmo.
Os maiores desafios foram:
- Transitar pela tercina (3): Entrar e sair desse tempo foi especialmente difícil, e percebi que ainda não estou pronto para executá-la com fluidez.
- Manter consistência nos tempos: Algumas notas parecem mais naturais, mas exigem prática para serem tocadas no tempo correto.
Apesar das dificuldades, quando sigo as notas corretamente, percebo que a bateria soa muito mais musical e fluida. Isso é um grande indicador de progresso.
Reflexões Finais#
Voltar ao básico tem sido uma experiência reveladora. Ajustes simples na postura, técnica e na forma de pensar os ritmos fazem uma grande diferença no resultado final. Apesar dos desafios, principalmente com a tercina, sinto que estou no caminho certo.
Nos próximos estudos, vou focar em melhorar minha precisão e internalizar os tempos de forma mais consistente antes de avançar para viradas mais complexas.